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PAMPA

Por: Laura Matias

  Os Campos Sulinos ou Pampas (região plana), compõem um dos seis biomas do território brasileiro, está localizado na região do Rio Grande do Sul. Não se limitando apenas ao Brasil, vai além das fronteiras com o Uruguai e a Argentina.

  São extensas áreas planas, compostas por uma vegetação rasteira de gramíneas como o capim e a grama, sendo na maioria das vezes desprovidos de vegetação de grande porte. Parecendo um grande tapete verde. Ao chegarmos no litoral do Rio Grande do Sul, nota-se uma área predominada por banhado, são ecossistemas alagados com uma vegetação específica, como por exemplo, juncos e gravatás, isso torna o local bastante favorável para uma grande variedade de animais viverem ali, como marrecos, lontras, capivaras, onças-pintadas, entre outros.

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Figura 1. Pampa, RS. Fonte: Alex Pereira/wikimedia Commons.

DISTRIBUIÇÃO, SOLO E RELEVO

  O Pampa é uma planície típica da América do Sul, tem diversas paisagens naturais, serras, planícies, coxilhas e morros rupestres. É um bioma cuja predominância são seus campos nativos, mas também detém de matas ciliares, de encosta, pau-ferro, formações arbustivas, banhados, afloramento rochosos, entre outros. Se estende a uma área de 700 mil Km2, que se distribui no Brasil, na Argentina, no Paraguai e Uruguai.

  Sua extensão no território brasileiro é de 176,5 mil Km2, o que representa 2% do território nacional e aproximadamente 63% da área do estado gaúcho (RS), sendo o único bioma que é exclusivo de apenas um estado. O Rio Grande do Sul ainda conserva um total de 41,13% da sua cobertura vegetal original (nativa), onde 23% refere-se a formações campestres, 5% a formações florestais e 12% formações de transição, ou seja, mais de 50% do Pampa já está adulterado (HASENACK et al. 2007).

  A introdução de animais como o gado bovino, e de algumas culturas como a soja e o arroz, também a silvicultura e a expansão urbana resultaram em muitas modificações na fisionomia original desses campos (BOLDRINI,2009). Dispõe de uma grande variedade geológica e pedológica. Algumas denominações de solos existentes no Pampa, são os Argissolos, Planossolos, Gleissolos Cambissolos, Neossolos, entre outras tipologias específicas de cada região.

Delimitação da região do Pampa

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Figura 2. Delimitação da região do Pampa. Foto: Santino,2004/Revista Ecossistemas.

Serra do Sudeste

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Figura 3. Serra do sudeste. Foto: Eduardo veléz/Wikimedia.

Pecuária no Pampa

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Figura 4. Pampa pecuária. Fonte: Secretaria de turismo esporte e lazer do Rio Grande do Sul/wikimedia.

Plantação de soja 

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Figura 5. Plantação de soja. Fonte: Governo do Rio Grande do Sul/flickr.

CLIMA

  Segundo Koeppen, o clima no Pampa é denominado subtropical úmido, sem estação de seca. Os Campos Sulinos representam a maior extensão de ecossistema campestre de clima temperado em todo continente Sul-americano. No verão, as temperaturas registradas são entre 28°C a 33°C, ou seja, não apresentam grandes variações climáticas.

  O inverno gaúcho acaba sendo ao contrário e apresentam variações notáveis de 12° a 20°C ao longo do dia e durante a noite as temperaturas podem chegar até 1°C, ou em determinadas regiões como no sul e no oeste podem atingir até -10°C registrando um fenômeno comum da região nessa época do ano que são as geadas.     

  Em geral, ao longo do ano as temperaturas são mais quentes como na primavera, outono e verão, passando apenas por invernos que as vezes podem ser rigorosos. Essas variações caracterizam a região e a enquadram na classificação de clima temperado e subtropical. Que são chuvosos e sem período seco sistemático, com frentes polares que permitem essas baixas temperaturas no inverno. Suas precipitações chuvosas registram entre 600 e 1,200 mm bem distribuídos ao longo do ano, o que resulta em um solo fértil para o cultivo.

Temperatura e precipitação média no Pampa

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Figura 6. Climate-graph. Fonte:Significados.com

Observe no gráfico acima a variação da temperatura e precipitação ao longo de um ano no bioma Pampa. A linha em vermelho representa a média de temperatura, enquanto a as colunas em azul, representam a média de pluviosidade, no decorrer dos 12 meses.

FAUNA E FLORA

  Mesmo com a ausência de grandes estruturas florestais, os Campos Sulinos são consideravelmente abundantes em espécies de plantas e animais, sendo uma das comunidades campestres mais ricas existentes. Os campos do Rio Grande do Sul e a sua extensão ao Uruguai abrigam cerca de 125 espécies de mamíferos registrados, 117 só no Rio Grande do Sul, 7 delas são espécies endêmicas (que acontecem somente naquela região), como o mamífero Tuco-Tuco-das-dunas (Ctenomys flamarioni).

Tuco-Tuco-das-dunas (Ctenomys flamarioni).

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Figura 7. Tuco-tuco-das-dunas. Foto: Cláudio Dias Timm/Wikimedia Commons.

  Quando falamos sobre aves, o Pampa brasileiro é responsável por cerca de 480 espécies, 109 delas são propriamente campestres e 126 aquáticas, segundo as estimativas são pelo menos 26 táxons de aves endêmicas dentro do Brasil até sua área no Uruguai. É notável a beleza e diversidade que o Pampa engloba.

  O banhado de Taim é uma das regiões do Pampa caracterizada por sua fauna rica e abundante, formada há 12 mil anos, no momento em que as áreas oceânicas se sujeitaram a uma regressão marinha modificando a planície do litoral gaúcho. Formando hoje portanto, grandes planícies de inundação. A região conserva cerca de 32.038 hectares e está localizada entre uma faixa de terra, o oceano Atlântico e a lagoa Mirim no extremo sudeste do Rio Grande do Sul.

  Através de um decreto foi criada  a Estação Ecológica do Taim  (ESEC Taim) em 21 de julho de 1978, com o intuito de acabar com as drenagens do local para fins agrícolas, infelizmente o bombeamento de água desse local feito por fazendeiros locais e caçadores ilegais ainda oferecem riscos para o ecossistema ali presente.

Ranchos do Pampa

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Figura 8. Ranchos do Pampa. Foto: Argentina/Pixabay.

  O local abriga cerca de 231 espécies de aves registradas, 77 delas são aquáticas, são 62 espécies de peixes, 17 de anfíbios e 21 repteis como por exemplo a tartaruga Trachemys dorbignie o jacaré Caiman latirostris. Veja alguns exemplos da diversidade animal: ema, araponga, quero-quero, sanhaço, tamanduá, mico-leão-dourado, joão-de-barro, pica-pau do campo, sagui, onça-pintada, jaguatirica, entre muitas outras espécies.

Jacaré-do-papo-amarelo

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Figura 9. Jacaré-de-papo-amarelo. Foto: Instituto Últimos Refúgios/Wikimedia Commons.

Tartaruga Tigre-d'água

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Figura 10. Tartaruga Tigre D´água. Foto: Evaldo Resende/wikimedia Commons.

  Generalizando, os campos do Pampa aparentam ser simples, composto apenas por um “capim”. Contudo, é um bioma singular e de grande variedade e riqueza vegetal, que junto com a sua fauna compõem a biota presente nesse bioma.

  Sua Flora apresenta cerca de 3000 espécies de plantas, podemos citar algumas, por exemplo: grama-tapete, babosa-do-campo, amendoim nativo, cactáceas, capim-forquilha, unha-de-gato, entre muitas outras.

DESMATAMENTO NO PAMPA

  O principal vilão causador do desmatamento e degradação nos Campos Sulinos são as atividades da agricultura e pecuária, devido sua alta demanda de expansão territorial para o manejo do cultivo e para as pastagens. Os resultados dessas práticas são lamentáveis, pois com elas surgem as consequências como o desaparecimento de muitas espécies nativas ou específicas da região (endêmicas), a arenização do solo ao retirar sua camada vegetal protetora, a dominação de espécies invasoras, é uma serie de situações que levam ao desequilíbrio ecológico do bioma.

  Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA (2010), no ano de 2002 restavam 41,32% e em 2008 restavam apenas 36,03% da vegetação nativa do bioma Pampa. Além disso, muitos animais estão em risco de extinção como por exemplo: veado campeiro, cervo-do-pantanal, caboclinho-de-barriga-verde, picapauzinho-chorão, a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, macaco-prego, guariba, mico-leão-dourado, saguis, preguiça-de-coleira, caxinguelê, tamanduá, gato dos pampas.

Prática agrícola

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Figura 11. Trator de cultivo Pampa. Foto: Water326menko/pixabay.

Terminamos por aqui...

Mas isso não é tudo, acesse o link abaixo para ir direto as atividades na página do aluno!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

 

 

MORAES, Denise. Biomas Campos Sulinos. Invivo.fiocruz. Disponível em: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=965&sid=2. Acesso em: 16, out. 2019.

 

HOJE É DIA DO PAMPA. O eco.org.br, 2016. Disponível em: https://www.oeco.org.br/noticias/hoje-e-dia-do-pampa/. Acesso em: 16, out. 2019.

 

KUGLER, Henrique. Novas espécies nos Pampas. Ciência hoje, 2011. Disponível em: http://cienciahoje.org.br/novas-especies-nos-pampas/. Acesso em: 16, out. 2019.

 

WWF.org.br. CAMPOS DO SUL. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biomas/bioma_campos/. Acesso em: 16, out. 2019.

 

 

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. PAMPA. Disponível em: https://www.mma.gov.br/biomas/pampa. Acesso em: 23, out. 2019.

 

 

CLIMATE-DATA.ORG. Clima Pampas. Disponível em: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/peru/huancavelica/pampas-765026/#temperature-graph

https://www.ibflorestas.org.br/bioma-pampa,  Acesso em: 23, out. 2019.

 

NAIME, Roberto. Banhado do Taim. Eco Debate, 2017. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2017/05/02/banhado-taim-artigo-de-roberto-naime/. Acesso em: 27, out. 2019.

 

ROVEDDER, Ana Paula. Bioma Pampa: relações solo-vegetação e experiências de restauração. Anais 64° CNB & XXXIII ERBOT | 2013. Disponível em: https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/38946202/Anais64CNB_2013.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DBIOMA_PAMPA_RELACOES_SOLO-VEGETACAO_E_EX.pdf&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-SHA256&X-Amz-Credential=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A%2F20191102%2Fus-east-1%2Fs3%2Faws4_request&X-Amz-Date=20191102T223515Z&X-Amz-Expires=3600&X-Amz-SignedHeaders=host&X-Amz-Signature=74d6f1373a004f1ae2bc76a07778c7931fc795525feb956b78392e5de19d1de9#page=46. Acesso em: 1, nov. 2019.

BENCKE, A. Glayson; CHOMENKO, Luiza; SANT` ANNA, M. Danilo. O que é o Pampa? Nosso Pampa. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/154231/1/Nosso-Pampa-Desconhecido-1.pdf. Acesso em: 1, nov. 2019.

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